03 novembro 2006

Retratos de uma mudança

Ontem, dia 2 de novembro, me mudei do número 346 da José Francisco dos Santos Jr. para o número 47 sei lá de qual rua... ainda estou em fase de adaptação. O melhor até agora são as pessoas que tentam descobrir a seu respeito olhando para os seus móveis... Juro que eu até tentei descobrir alguma coisa olhando para o meu sofá rasgado. Não deu nada.

A mudança propriamente dita começa quando voce perde as suas coisas colocando nos pacotes.
(E acho que termina só quando voce reecontra)
É estranho como as coisas que voce acha que vai precisar quando chegar na casa nova, nunca são as que voce realmente precisa. O catchup foi solicitado antes das chaves de fenda.

Também tem aquela fase de jogar coisas fora.... Muuuiitas coisas!!!
Coisas que faz anos que estão na gaveta para "consertar quando sobrar um dinheirinho".
O Rafael até sugeriu uma psicologia para essa fase: "Juntamente com o objeto, jogar fora alguma coisa ruim do seu passado". Eu não fiz isso pra não causar depressão no lixeiro.

Lá de casa (= meu quarto) saiu muito lixo... Muuuiito mesmo.
Um saco enorme, que colocamos na rua para o lixeiro levar... O saco sumiu durante a noite.
Me fez lembrar aquele conto do Veríssimo sobre o Lixo.
E agora eu fico imaginando o que as pessoas estão fazendo com ele...

E é claro, tem aquela tristezinha de quem ficou 12 anos na mesma casa. Cada canto tem uma lembrança e tudo mais... Lembranças até meio esquecidas. (Nossa!!! Que incoerência...)

Até a lagartixa que jantava na janela da cozinha me olhou meio triste no dia anterior. Ela ficava passeando na janela, a luz clara da cozinha atraia os bichinhos que, não conseguindo entrar, viravam comida. Ela já estava até meio lenta de tão gorda.

Na fase "Caminhão" ocorreu tudo bem, muito pouca coisa quebrada.
Coisas quebradas são características de mudança, ninguém muda sem quebrar alguma coisa.

Na casa nova eu pude perceber a existência de outra lagartixa... ao contrário da antiga... essa é magra e tem uma cara de flagelada. Me olhou com uma cara do tipo... "Se voce não fosse tão grande eu matava minha fome agora!!!"

Bagunça tem de monte, serviço também. Só espero encontrar as coisas perdidas lá no empacotamento.